sábado, 24 de dezembro de 2011

Ele e ela

Ele e ela

    Conheci uma história onde duas pessoas eram imperfeitos um para o outro. Ele a viu pela primeira vez na janela da sala de aula, ela era amiga dos seus amigos e quando a conheceu um pouco melhor, viu que a odiava. No começo sim. Ela o apelidou, ela tinha seu jeito engraçado de falar. Ela era morena. Ela tinha grandes bochechas e talvez tivesse um jeito diferente de ver a vida. Ele era influenciado, um pouco iludido, não sabia como enxergar o mundo. Eles estavam longe como tinha que ser. Mas o tempo foi armando algo. Algo como afeição. Mas um dos amigos dele era apaixonado por ela. Ele fez questão de ajudá-lo.  Ele era tão novo, mas quando viu o amigo e ela. Ele sentiu um frio na barriga diferente daqueles causados pelos medos de filmes. Era um medo que a vida o deu, ele tinha começado a perdê-la. Conseguiu omitir qualquer sentimento e por um tempo continuou sendo o mesmo idiota.
    Depois de um tempo descobriu que ela continuava só, o amigo não havia encantado. Sua esperança renovou e depois se foi, pois ela havia se apaixonado. Ele foi se destruindo, ou melhor, se reconstruindo como um idiota. Um homem qualquer. A vida lhe deu mais uma chance, o outro era mais idiota. Ele foi se aproximando, rompendo toda a imagem que tinha dela. Enxergou toda fofura, carisma e enxergou o que podia te completar. Eram tão jovens. Eles foram se envolvendo, se encontrando e crescendo como deveria ser. Mas ele não viu o quanto era idiota. E por pecar tanto a perdeu para a vida e a fez desacreditar um pouco mais no amor. Por ai se foi o tempo, ela encontrou novos amores e consequentemente novos idiotas. Ele demorou tanto. Havia um coração para ser cicatrizado. Conheceu novas pessoas e aprendeu um pouco mais.
    De um tempo pra cá eles se aproximaram. Amigos como antigamente. Ela parece feliz, mas desacreditada desse tal amor. Ele um pouco incompleto, talvez por ainda acreditar no amor. Ele enxergou em toda maturidade dela a mulher que realmente sempre sonhou... feliz, sorridente, engraçada e principalmente linda. Talvez ele saiba que perdeu a sua chance, ou que o momento que tanto sonhou ao lado dela não seja o agora. Mas fazê-la feliz, fazê-la acreditar no amor. Realizar todos os sonhos ou chegar o mais perto da felicidade para ter certeza que um dia toda história de amor no final seja um conto de fadas. Ele a observa, a descreve em contos, lhe escreve poemas. Mas o coração ainda idiota. Ainda ferido. Não tem coragem para falar. Que sempre a amou, ainda a ama e não vê final para o sentimento que sempre o guiou. Ele ainda sonha com ela. Ele ainda tenta ver o que ela tem, da mesma janela.

feliz natal :)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O post sobre Dentistas 2 - A explicação, comodidade populacional e nega maluca na varanda


                Hey... Há muito tempo não escrevo como cotidiano ou algo sim... não porque minha vida deixou de ser interessante. Até porque ela nunca foi interessante assim. Eu ando ocupado com o meu vídeo game, meu tempo livre para ficar mofando no sofá, ver meus seriados e reclamar de tudo que há na internet. As pessoas andam me irritando cada vez mais. Eu mesmo me irrito muito, mas continuo me amando porque me tornei o meu melhor amigo. Na última vez falei sobre dentistas e um dentista comentou se demonstrando descontente com a situação. Quero deixar claro que não tenho nada contra dentistas... uma profissão digna como qualquer outra. Só que eu odeio ter que visita-lo, ainda mais para arrancar um dente e ficar 3 dias muito ruim. Meu amigo (Victor Curty) comentou de forma tudo que eu falaria.
Curty. disse...
tenhodois pra tirar e não voltei ainda,nem o autor do post.
que é horrível é, eles só voltam por necessidade.
nada contra a profissão.
se fosse bom iríamos marcar com os amigos pra tirar o ciso juntos, ou quem sabe convidar uma garota para tirar um ciso.”

                Enfim é isso, continue arrancando dentes, cáries, operando, fazendo os sorrisos de todos bonitos e brilhantes e recomendando todos os tipos de cremes dentais confundindo as nossas cabeças influênciadas pela mídia.

                O que mais está me irritando nas pessoas atualmente é comodidade. Você pode não ligar para isso e eu realmente te entendo, mas é meu blog e eu falo o que eu quero/penso. Questão de lógica. Nós nos acomodamos com tudo que há por ai. Os líderes governamentais, por exemplo, abusam e usam do poder, cada mês um novo escândalo, roubos e etc. Bandidos são soltos com uma redução de pena enorme “por bom comportamento” por causa de um código penal cheio de “jeitos para fugas” e que precisa ser atualizado faz muito tempo. E o máximo que é feito por nós é: Compartilhe essa foto. Ele saiu da cadeia por bom comportamento depois de ter matado a mulher. E você depois de compartilhar consegue ficar com a consciência limpa? Acha mesmo que faz algo a mais pela sociedade? Você só encheu o saco das pessoas decentes e ajudou as pessoas ridículas como você, a piorarem suas tristes características. Tínhamos que ter como “cultura” sair por ai com a cara pintada, gritar em frente aos rostos das autoridades sobre tudo que detestamos , parar ruas principais e etc., mas já era perdemos isso em uma parte do tempo. Talvez nós não precisássemos ser tão radicais como antigamente, mas de alguma forma se nós corrêssemos atrás de um objetivo maior que “likes” ou “rt” o mundo seria um pouco melhor. A enfermeira que matou o pobre cachorro é um detalhe, os maus tratos aos animais é algo bem mais frio e calculista do que aquilo. O pior que é. Os outros animais também choram, mancam, sentem dor, morrem sofrendo, mas nada é dito. As pessoas só querem seu bife bem passado para acompanhar a sua cerveja em dia de domingo. Isso é hipocrisia. E hipocrisia com comodidade é o fim do mundo. Tente reverter toda essa comodidade para um amor antigo que nunca vai voltar, aceite que sua história já se passou e tente ser feliz. Seria relaxante se fosse fácil. Maldito vício humano de sempre ser falho.
                Outra coisa que eu não entendo nas pessoas são as negas malucas que elas colocam nas varandas das suas casas. QUAL É O OBJETIVO? A sua casa fica horrível com aquela metade de gente fazendo sombra e olhando para o horizonte. Caso você queira espantar os bandidos ou algo assim, compre um cachorro ou pendure um webcam no varal ao lado de uma placa de “sorria você está sendo filmado”.  Um vizinho do final da rua colocou uma nega maluca dessa na varanda dele... resultado?! Eu passo a noite e sinto que estou sendo vigiado, olho para aquilo e levo um susto enorme com um vulto me encarando, já dizia Sandra Annenberg “Que deselegante”. De um tempo prá cá não tenho levado tanto susto, porque o vizinho da frente colocou pisca-pisca na casa dele, mas provavelmente ele não foi ao curso de como pôr, porque provavelmente ele jogou aquilo lá e gritou um benzaDeus. São trinta tipos diferentes e todos desalinhados de uma forma horrível. Se pudesse ser vista do espaço seria um nó colorido.. aparecendo e desaparecendo... tentarei escrever mais um post no Natal, mas não sei se vou conseguir então deixo meu Feliz Natal aqui: Feliz Natal. Por hoje é isso.

Até mais, ou não.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ao som do cais

                                            .1

  Era um segunda feira não muito fria, Adam acorda mais uma vez sentindo nada, nenhum sorriso no canto da boca, nenhuma marca de lágrima, estava vazio cultivando cada vez mais, depois de sofrer com o primeiro amor, depois de se ver só quando precisava dos amigos ou de familiares, talvez ele estivesse exagerando quanto a sua solidão, mas se sentia perdido de fato, não sabia o que fazer toda vez que acordava depois de mais uma noite sem sonhar.
    Ele se levantou olhou para seu mural onde ele pendurava fotos, imagens ou desenhos que significava alguma coisa para ele ou simplesmente algo que ele gostaria de ter ou sonhar, precisando de mais uma imagem ele ligou o computador e pesquisou revirando na memória algo com que gostaria de sonhar, enfim ele achou a imagem de um farol no topo de um penhasco com o mar batendo forte sobre as rochas e um navio a deriva bem perto do horizonte, aquilo provavelmente resumia o estado do seu interior. Ligou o rádio com uma playlist bem alta de Rock Inglês saiu do seu quarto e abafados pelos riffs de guitarra os gritos da mãe do Adam mandando abaixar a música, ele ignorava. Ele fez o seu café da manhã as quatro horas da tarde bebeu uma enorme xicara e saiu de casa com o fone de ouvido, percebeu os vizinhos nas janelas e alguns nos seus jardins olhando em sua direção viu que sua mãe estava gritando da porta de casa mandando-o voltar, ele sorriu e sem tirar as mãos dos bolsos disse: eu te amo mãe, ela não entendeu nada e ficou em silêncio por dois segundos, ele voltou a sorrir e continuou a caminhar dessa vez sem interrupções para declarações. Olhou para o céu que estava nublado, andou uma distância segura de casa e acendeu o seu cigarro, vicio adquirido como uma forma de se castigar a si próprio. Ele andou por três quilometros sem pensar no destino, estava usando sua camisa velha de uma banda pequena com um casaco preto meio surrado com o tempo, uma bermuda cargo preta que ia além do joelho e seu tênis vans antigo,  seu jeito de se vestir era algo que tinha orgulho e que o vazia bem.
    Caminhou até chegar ao cais, uma distância de sete quilometros e seis cigarros, e sentou para ouvir música e olhar o mar, era algo que podia fazer por horas, então resolveu ligar para alguém e chamar para fazer compania, chamou seu amigo mais antigo, Natan. Ele não recusou o convite, mas demorou a chegar, talvez estivesse passeando com um dos seus quatro cachorros ou tomando algum remédio anti-alérgico a qualquer coisa ou a tudo, com a demora Adam resolveu ligar de novo, Natan não atendeu mas enviou uma mensagem dizendo que estava chegando, assim que desligou o telefone, um homem se aproximou do Adam e após sentar ao lado do Adam perguntou:
--Porque você faz isso?  Adam sem saber do que se tratava e estranhando o inesperado companheiro, perguntou: --Isso o que? Com uma cara de desprezo e com os olhos analisando o sujeito.
O homem olhou para os dois lados rindo e disse: fumar, isso te mata aos poucos.
Adam com toda indiferença respondeu: --Não tenho ligado para a morte e talvez eu queira me maltratar um pouco.
    O Homem sacando uma arma interrompeu o Adam: -- Não é algo que me convence, então depois de pegar seu celular e seu dinheiro posso te matar? Abriu um sorriso com certo nervosismo.
    Adam mordeu o maxilar  não respondeu e continuou a ouvir a música.
    -- Você está ficando maluco? Não me ignore. Disse o assaltante antes de dá um tapa na cabeça do Adam.
    Adam já tinha sofrido outros assaltos e já estava cansado dessa situação.
    -- Só está última música. Disse Adam sem tirar os olhos do Mar e depois de estalar o pescoço.
    O bandido se levanta e põe a arma na cabeça do Adam removendo a trava de segurança fazendo o tradicional barulho antes da morte, foi quando o Natan chegou e vendo o amigo naquela situação se desesperou e gritou: -não!. Com o grito extremamanete alto, o bandido se assustou e deixou a arma cair no colo do Adam, foi exatamente quando a música acabou e após o grito do Natan somente o barulho do mara podia ser ouvido. Adam pegou a arma riu e apontou para o bandido.
    -- Porque você faz isso? Perguntou Adam ao bandido, de pé com o cigarro em um canto da boca e com um sorriso no outro canto da boca.
    --Isso o que? Perguntou o bandido que começava a suar frio e olhar para a arma com o medo estampado em seu rosto.
    -- Assaltar, matar e etc. Perguntou Adam sem tirar o sorriso sarcástico do rosto.
    -- Preciso me sustentar e essa foi a última saída. Nesse momento as pernas do bandido tremia.
    Adam sorriu e disse: -- não é algo que me convence. E disparou duas vezes na cabeça do bandido, ainda sorrindo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um punhado a mais de café


Hey... Esse é o primeiro de alguns contos que vou escrever e pôr aqui.         

                  Ele pegou um punhado a mais de café, estava com sono e precisa suportar a sua mulher por mais dois dias. Ele queria sair de casa, mas o filho tinha as provas finais e não podia levá-lo com ele em uma situação assim. Sim, ele ia seqüestrar o filho.  Não suportava mais a sua mulher, além de se chamar Maria... ela gritava, fedia a perfume barato e cuidava mais do gato do que cuidava da casa. A casa era do tamanho de um trailer e mesmo assim vivia uma bagunça. Roupas pelo chão, farelo de comida no sofá, louça suja e o gato limpo. Ele estava na cozinha e preparava um sanduíche com o frango do jantar anterior, com o cigarro na boca, e enquanto preparava o sanduíche algumas cinzas agarravam na barba, outras na camisa, outras caiam no pão. Ele não se importava. Só pensava em como seria melhor a sua vida longe dali. Ele olhava pelas janelas enquanto caminhava até a poltrona e via cenas de suas memórias que não voltavam mais. Enquanto os vizinhos sorriam, ele via os seus antigos sorrisos, enquanto as crianças brincavam, ele via seu filho quando era feliz. E quando pisca, ele acorda e vê o quanto cinza está o presente na sua vida. A mulher saiu do quarto e o cheiro de 1,99 tomou conta da casa, ele enrugou a cara. estava no seu limite. O gato saiu do quarto e andando bem devagar, parecia querer provocar, sentou no braço da poltrona. Estava fedendo como a mulher. Ele se lembrou do cachorro que tinha, até descobrir a alergia da mulher ao cachorro. Pobre Miguel teve que ir para o canil e esse gato que ele não lembrava o nome havia tomado conta do seu lugar. Ele era o dono da casa.
                Depois do sanduíche ele pegou no sono. O sonho era algo estranho, era como se ele tivesse morrido e estava preso em algo. Uma fila sem ordem, onde em televisões turvas se passavam alguns momentos que haviam sido esquecidos por excesso de álcool ou de tristeza, amargura. Algo muito ruim que envolvia a vida dele. Ele percorreu a fila, ninguém se importava, ele reparava nos rostos e todos carregavam dor. Ele acompanhava algumas reações pessoas choravam, algumas se retorciam, alguns fechavam os olhos. O medo. Tudo se resumia ao medo. Quando ele estava chegando perto do primeiro da fila ele viu seu filho. Na frente dele havia mais uma pessoa e um penhasco. El tentou gritar mais não conseguia. A pessoa que estava na frente se jogou no penhasco e um frio tomou conta da sua espinha. O filho caminhou até a beira do penhasco e olhou para trás direto nos olhos do pai. Ele podia ver o pensamento do filho, as lembranças felizes sendo destruídas por brigas dos pais bêbados, a mãe antes feliz, vestindo a armadura de uma mulher escrota. Ela estava cansada de sair no meio da noite do quarto que fedia a ressaca para dormir com o filho que chorava de medo do pai, com as histórias infantis que nunca lhe contaram. Assim que a visão se passou o filho deu um passo à frente. Ele conseguiu gritar, mas o não gritado não adiantava mais. Ele despertou, soava frio.
                Já estava de noite. A TV estava baixa, o cigarro havia feito um buraco em sua camisa. Ele levantou para tomar um banho, a casa estava toda apagada, seu filho provavelmente não havia voltado da escola. Ele passou pela casa, sem perceber o quarto estava vazio. Todos os quartos estavam vazios. Ele entrou no banheiro e quando reparou que havia algo errado na casa. Jogou água na cara e deu meia volta. Tudo parecia em câmera lenta e em sua cabeça latejava, o pesadelo, as memória, as dores. Passou pelo seu quarto e estava sem nada da sua mulher. Uma cama vazia. No quarto do seu filho estava tudo bagunçado e em cima da sua cama havia um desenho. Ele caminhou até o desenho. Era um penhasco. Ele chorava não sabia o que fazer. Saiu correndo, foi para a garagem o carro não estava lá. Ela havia fugido. Voltou para dentro de casa, encheu um copo de uísque e viu que na geladeira tinha uma carta da sua mulher. Dizia assim:
                Vinte anos. Foram vinte anos morando com você. Eu te amei, amei tanto. De começo sentia o seu amor, o seu carinho, o calor em suas mãos. Mas com o tempo tudo se foi. Os nossos dias de sol ficaram nublados, você bebia, fumava... se entregava aos vícios. Eu deixei de ser aquela mulher amável me entreguei à mediocridade. Você cheirava a promiscuidade, não queria isso para meu filho. Nosso filho com apenas doze anos. E era obrigado a ver seus sonhos indo embora por causa de um pai ausente. Um pai bêbado. Ele pediu paciência, tinha fé em você. mas com o tempo nem seu filho acreditava mais. Ele teve mais um pesadelo. E você o jogava de um penhasco. ele tem medo de você. ele te ama, mas prefere a sua distância para não te odiar. um dia voltamos para te ver. Cuide do gato. Esse foi o último pedido do Júlio para você. Se cuida, sempre vou te amar. Mas você se entregou aos nossos medos e não há mais como seguir sem dormir, sem poder sorrir. Comprei um novo perfume. Usava o outro porque sempre soube que você odiava. Nem tudo é perfeito. Muito menos o amor.”
                - Vou te chamar de Miguel. Enquanto chorava. Enquanto ele miava.
                -Miau.
                - cala boca... Miguel.
               
 Até mais, ou não.