terça-feira, 26 de junho de 2012

3. minha ressaca Ana

1.Por todas, Ana.
2. Carta para Ana
3. Minha ressaca Ana   

Eu chegava em casa mais uma vez com um machucado na cabeça, uma dor no estomago e uma jura de morte. Estava amanhecendo e a geladeira estava aberta e pelo cheiro algo estava estragado dentro dela. Fechei a porta da geladeira, não antes de pegar uma garrafa de uísque que mal encheu metade de um copo. O sol invadia a sala por entre a persiana torta que cobria metade de uma janela pequena e que não se abria por completo, deixando a casa sempre um pouco mais abafada do que a rua. Sentei na poltrona e fiquei olhando para a TV, pensando seriamente se queria me ligar com o mundo e todas as merdas que andam acontecendo nele. Na minha humilde vida de abandonado, a vida já estava ruim. Imagina compartilhar dores de guerras e problemas de corrupção. O meu extremo egoísmo, digno de solidão. O telefone tocou e esperei até o terceiro toque para ver se realmente queriam falar comigo.
                - pronto...
                - você está bêbado ou de ressaca?
                - um pouco dos dois.
                - preciso conversar com você Thomas...
                - deixarei a porta aberta...
                - estarei dormindo brother, minha cabeça está me matando.
                - Levarei café.
                Vitor era um bom amigo. Ele que sempre tentava me tirar da fossa com saídas para festas e reuniões com antigos amigos. Assumo que pouco me esforcei para tentar conquistar alguma alegria daquelas festas, não compartilhava muitos sorrisos sinceros. No começo só bebia e fumava alguns cigarros, amargurando e ficando mais cinza a cada dia. Depois fui cedendo e me alegrando, conseguindo sorrir sinceramente. Normalmente com antigas histórias na época que todos estudavam juntos. Adormeci depois de uns 15 minutos de um mundo girando e espirros por causa poeira. Tive um sonho estranho, fazia tempo que não sonhava. Fazia tempo que não dormia. Apenas desmaiava. Eu estava no meu carro levando uma menina que não era a Ana, mas era a Ana. Sabe aqueles sonhos que você sonha com uma pessoa, mas a pessoa do sonho não é a pessoa, mas no sonho, você sabe que é a pessoa?! Confuso, espero que tenha entendido. Estava eu e a Ana diferente, nós dois sorriamos e eu acelerava o carro de acordo com a música, ela segurava minha mão, parecia me amar a cada quilometro e eu me sentia o dono do mundo. Eu não tirava os olhos da estrada, e acelerava cada vez mais. Ela se aproximava do meu ouvido e me chamava de poeta e quando reparei a imagem da Ana era realmente ela. Suas tatuagens, sua pele branca, seu sorriso, seu perfume. Então eu comecei a chorar e a cada lágrima meu sorriso se alargava. Então ela me pedia um beijo e se aproximava um caminhão surgia na nossa frente. Ela não gritava. Sorria e me beijava. Eu ouvia uma desesperada e constante buzina. Acelerava cada vez mais e no momento da batida eu acordei. Suado e com Vitor olhando para minha cara rindo de mim.
                - Está rindo de que?
                - estou feliz, você sorria dormindo. Escondi minha felicidade com isso.
                - tem açúcar? Tentei ignorar o meu sorriso.
                - não o suficiente pra você, tome o banho e me dê a chave do carro vamos dar uma volta.
                - tudo bem, mas eu dirijo... boa tentativa.
                Tomei um banho e pelo visto o chuveiro estava ruim, a água gelada suspendia minha respiração em alguns momentos e o silêncio parecia me avisar algo, era uma estranha paz. Entramos no carro e acabei o deixando dirigir no meu lugar. Ajudou com a minha dor de cabeça e relaxava com o vento e com as pernas no painel. Era um dia de sol, mas estava frio, usava minha melhor jaqueta e meu arranhado óculos escuros. Estava em paz. Chegamos à praia, bem aonde jogava minhas garrafas com poesias.
                - tome uma garrafa, uma folha e sua caneta, escreva algo quem sabe ela não recebe?
- você me tira de casa para me jogar no poço? Não estava acreditando que ele estava fazendo aquilo, me senti mal. Ele já havia me acordado algumas vezes naquele mesmo lugar, com as roupas molhadas, carteira vazia e alguns hematomas. Estava com tanta raiva que decidi descer, não podia ficar ao lado dele. Cheguei ao local de costume, perto de uma pedra de mais ou menos quinze metros que metade ficava na areia e metade na água. Bebi o que restava da garrafa, nada além da metade dela. Depois escrevi.

eu te odeio Ana.
Odeio meus sonhos.
Odeio suas lembranças.
Odeio o sorriso que surge,
quando me lembro de você.
Odeio nossa longa história
e esse enredo de novela.
Odeio o longo tempo
para o fim dela.”

                - Se eu soubesse que me odiava tanto, não teria voltado. A voz dela entrou pelo meu ouvido e foi me arrepiando. Pescoço, peito, braço, pernas, costela e por fim lágrimas. Enrolei a poesia e pus na garrafa. Criei coragem tirei os óculos e olhei para trás. Como em um sonho confuso o sol a embaçava. Ela abaixou e a podia ver, me beijou a testa, enxugou minhas lágrimas e sorriu devagar. Passou a mão em minha barba.
                - Ana eu...
                - só me beije Thomas... Então fechei os olhos. e aos poucos o mundo foi sumindo. e não podia ouvir nada. era um banho frio. Era o acordar de um pesadelo ou um recomeço de um sonho.

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

canção caroline

Lembro a primeira vez que a vi
Seu sorriso tomava o lugar
E quando a tive em meus braços senti.
Tudo que imaginava encontrar.

Ela falava um pouco mais,
Sobre como ser feliz.
Nela eu vi uma paz,
Que sem querer, eu sempre quis.

Minha, ela nao pode ser,
Mas sonhos nao posso evitar.
Se meu desejo acontecer,
Juro que nao vou te soltar.

Meus braços vão te envolver,
Meu peito vai te abrigar,
Meus olhos vão achar você
Minha boca, na sua, se completar.

domingo, 10 de junho de 2012

eu já não posso esquecer


quanta solidão,
mesmo com todos ao redor.
o vazio do meu coração,
é o que me faz tão só.
quanta escuridão,
mesmo com tanta luz.
o seu frio coração
é o que aumenta minha cruz.

tanto caminhei,
que aos poucos me perdi.
ser melhor, foi o que tentei
para poder te seguir.
tudo desandou
não pude evitar
meu coração também cansou
te tanto se esforçar

você estava ali,
eu podia ver.
E agora que se foi,
eu já não posso esquecer.

tem que ser assim,
quem poderia dizer?!
que o amor, para mim,
não é o mesmo pra você.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Essa tal novela


Todo sonho encontra um amanhecer
Todo beijo encontra seu fim.
Toda choro acha uma forma de descer.
Como seu caminho sempre encontra a mim
Essa tal novela que nos envolveu,
e não há um clichê para indicar
O que acontecerá entre você e eu,
como tudo isso vai acabar.
Enquanto “mais uma canção” fizer todo sentido,
A nossa casa eu vou guardar
Fortalecer o seu abrigo
Para um dia, enfim,
a gente só amar.