tudo é frágil demais, fácil demais

você grita sobre meus erros
fingindo não escutar que agora lhe peço perdão.

Agora quero ser alguém para te acompanhar,

Alguém que você confie a sua mão.

tudo é tão frágil, pra a gente deixar pra depois
e nosso amor é tão fácil, pra gente não viver o nós dois

não posso exigir de mim mudar, mas posso prometer crescer.

Crescer de vez, enjoei de mim, dos antigos erros.

Pode parecer presunção, mas sei que espera isso de mim

Sei que tanto orgulho se perde na esperança.

E enquanto o tempo dança, eu vou crescer.

Sem melancolia ou drama, só escolhi por amar,

Sobe todas as coisas amar.

E diante disso me vejo refém, de um desejo.

Poder sorrir ao seu lado infinitas manhãs.

Como nossos antigos e longos telefonemas,

Onde construíamos o que parecia impossível viver.

E que hoje é só questão de tempo.

Enquanto te vejo gritar, ouço seu coração sussurrando

Algo sobre correr contra o tempo,

Já que tudo é frágil demais e nosso amor tão fácil demais...

um velho rosto

Tentei te abandonar,
mas algo foi maior.

Como a oeste do mar,
como um barco só.

Tentei não mais te ver,

mas algo reluziu.

Como a luz que preencheu
aquele escuro tão vazio.

Tentei não ficar exposto,

Mas a saudade refletia você

Em todo novo rosto.

e por aí, você se vai.

e por aqui você chega

Em cada abraço, em cada rima,

Em cada história, em cada refrão.

Tento achar uma boa poesia,

Mas algo me faz menor.

Tentei por vezes descrever,

Mas algo me faz menor.

E a cada reflexo de saudade,

Um novo rosto dar ares de ser bom,

Mas logo aparece o seu, a sua lembrança,

em novos ou antigos abraços,

nas velhas rimas..

e se faz canção,
mesmo sem refrão,

mesmo sem fim.
algo em ti me faz maior.

cortinas

- você não tem medo de se apaixonar?

- por que teria? Me sinto tão bem agora..

- mas o problema está no amanhã...

- mas meu bem, o amanhã ainda não existe...

-isso é questão de tempo...

- tempo é questão de ponto de vista...

- e o que você está vendo agora?

- eu, você, esse cobertor...

- e o que você não quer ver?

- não penso nessa parte...

- mas isso também importa...

- então me diz... o que você está vendo agora?

- que não devíamos nos apaixonar...

- e o que você não está vendo agora?

- como não me apaixonar por você... e o amanhã?

- feche as cortinas... o sol não voltará para nós

naquele lugar

Havia uma luz naquele lugar,

Mesmo ninguém acreditando

Havia algo naquele lugar.

E todos cantavam e dançavam por lá

Às vezes sem saber o porquê,

Mas havia uma boa energia naquele lugar.

E a felicidade compartilhada

Mesmo com desconhecidos rostos,

Dava o melhor sabor, que ser feliz pode ter.

E a noite prometia não acabar

e eles não queriam o seu fim.

 Até o sol de sempre foi bom final

Havia algo bom naquele lugar.

nosso abraço

Vou precisar que você confie em mim...

Soube de um lugar melhor,

Onde todo o medo some...

Onde a sombra é parte da luz,

Onde a soma é a paz.

Onde as lágrimas, em nós, se bastam.

Onde os batimentos se encontram,

Feche os olhos ou não,

não verei nada.

Nada além de nós

em um mundo novo

em nosso abraço.

breve guerra

Ela falava sobre algo bonito. Eu tinha uma rosa em mente.

Talvez fosse o perfume dela, ou o jeito que o seu sorriso, guiava seu corpo.

O balançar dos ombros, a covinha formada, e o breve tom de vermelho

Que preenchia suas bochechas. Ela segurava a ponta do cabelo e dançava com os olhos,

E de vez em quando seus pés se mexiam, como se tivessem cansados de esconder

Tanta felicidade, ou vontade. Era como uma proteção, de algo que não sabia ao certo.

E de hora em hora alguém aparecia, lhe estendia a mão, ela continuava sorrindo, com algumas pontas do cabelo seguradas pelos dedos, e do seu jeito único, dizia não.

E de música em música, alguns olhares eram apertados, pelos mesmos sorrisos...

Alguns sorrisos compartilhados com amigos, outros ignorando quem não merecia estar lá.. E o tempo passava,E no seu mundo ela vivia. arriscava se soltar. Com pouco jeito pra se espalhar,

Fazia, com quem conseguia chegar perto, se encantar ou sumir de uma vez.

Sem muitos oitos e pouquíssimos oitentas, era uma simples soma.

e nenhum resultado parece óbvio.e eu queria poder responder para mim mesmo,
para saber se há alguma forma de parecer algo bom para ela... como uma daquelas músicas,
que faziam com que seus pés se mexessem,
ou ser um bom motivo para merecer um dos seus sorrisos.

Ela podia ser tudo isso, ou a minha consciência não estava perfeita, 

mas embalada por aquela música... que a fazia sorrir e assim me deixava tão bem