terça-feira, 28 de maio de 2013

alguns últimos passos



                Estou a três passos do fim. Um, dois.
Caminhando próximo ao fim. Sabia do final. Estou com 30 anos e não sei há quanto tempo não sorria de verdade, tem uns 15 anos. Eu não pretendia mais sair com o rosto pintado por aí.
     Mais alguns passos.
Quando você se encontra à beira da morte se pergunta. Se pergunta... como caminhou até esse ponto, seja um segundo antes do acidente, seja uma morte previsível, seja uma doença terminal, seja um suicídio. Acho que tudo começou quando me batiam por ser gordo, na escola, na rua e até na igreja. Lugares que te empurram e não perguntam como você pensa sobre a vida, sobre seu lanche, sobre como deve seguir a vida, no que você acredita ou no que você quer fazer. Só te obrigam. Te arrastam. Te fazem engolir. Tenho fé, na verdade estou em pé por isso. Mas como odeio a religião, desculpe se isso vai te ferir, mas sou um suicida levo essa culpa comigo se quiser.
     Mais uns tímidos passos.
Eles já disseram que me amava, respondi na mesma moeda. Mas chega em um momento, que se você não for um boneco de produção em massa, eles te mandam para um inferno pessoal. Eles transformam seu segredos em lágrimas, as lágrimas que tanto transformei em fumaça. Eles já disseram que me amavam. Hoje me taxaram de vergonhoso. Decepcionante depois de anos, ser diferente. Não estou, não estava perdido. Sei aonde vou estou a três passos do fim.
     Agora estou correndo.
Agora o vento batia mais forte em meu rosto. E as ondas batiam em meu navio. Mentira eu não estou em um navio, mas seria legal morrer em alto mar. Me tornei autodestrutivo criando drama, me afogando em vícios, perseguindo o que tudo oferecia de pior, mas no fundo eu curtia o drama, e curtia o prazer escondido em cada dor. Então hoje enterro suas decepções e vergonhas e busco meu prazer distante.
     Corro e vôo para o fim de tudo.                                                              

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Na Colombo



e até as coisas normais,
por ti, se tornavam especiais.
E no infinito de dois espelhos se encarando
Eu fugia do mundo nos teus olhos se curvando,
Acompanhados pelas covinhas formadas,
Na perfeição de sua risada.
Em bule de chocolate, ou no exagero da canela.
Em tudo havia um detalhe que se tornava melhor com ela.
Um bom piano tocando no plano de fundo
Só nós dois, como um novo mundo.

domingo, 19 de maio de 2013

Oceano



Havia um oceano em mim,
E em alguns dias eu acordava imerge
Sem ar, por meus infernos e fantasmas.
E, Em alguns dias, ficar sem ar não me matava
E convivia bem, com a falta do que me fazia viver.
Havia um oceano em mim,
E eu sonhava com seu horizonte.
Eu vivia construindo frágeis pontes,
Destruídas por minha falta de fé na vida.
Havia um oceano em mim,
E um farol brilhava em seu fim.
Parecia sussurrar esperanças,
Mas estava confortável em afundar.
Havia um oceano em mim,
Mas secou, sem vontades, sem acreditar, sozinho.