quarta-feira, 31 de julho de 2013

Porque escrever.



     Quando eu disse que tinha parado de escrever, uma das minhas melhores amigas veio falar comigo ‘Você é um viadinho’. Ela estava brincando comigo e na real eu sabia e não ligava muito, mas percebi que ela tinha ficada preocupada. Teve uma época que eu não sabia o porquê escrevia, comecei com a pior letra de música que alguém já escreveu na vida (ainda tenho ela) e como não me tornei um músico de sucesso, parei de escrever por um tempo. Depois de um namoro, sem detalhes. Escrevi uma carta pra ela, pois não sabia o que dizer, não sabia como falar. O texto até ficou bom, cheguei a publicar. E eu vi que independente do que ela diria, ou achasse aquele texto foi importante... pra mim. E bom tinha me esquecido por um tempo que deveria escrever por mim, para mim. Porque no fim das contas é o que me salva, o que me alivia. o que não me faz explodir. Lembrei esses dias quando estava em uma festa de aniversário de um amiga minha, e depois de quase todo mundo ir embora restaram eu mais dois amigos dela e obviamente ela. E não sei como o assunto se tornou poesia. Então um desses amigos falou.

- Poesia não funciona pra nada
- como assim?
- escrevi uma poesia, mandei para a garota. Quando eu disse que era pra ela e perguntei o que ela achava ela disse ‘legal’
- e qual o problema disso?
- me deixa ler para você. Ele puxou um celular estava salvo na memória do celular, a poesia. Abriu o arquivo e leu. Era horrível.
- Ela não é obrigada a gostar.
- mas por que? As rimas são boas e decifro toda a beleza dela. Você gostou?
- Não é porque rima que está bom, não eu não gostei. Peguei meu casaco e fui embora.
    
 Entenda. Ninguém é obrigado a gostar de você, nem que você seja uma linda pessoa, ou que escreva a melhor das poesias, ou tenha o sorriso mais brilhante ou passe 2 horas por dia na academia. Se não for pra ser, não será. SIMPLES. O garoto tinha uma poesia cheia de rimas, mas era horrível, mal tratado, falava mais do que deveria, tinha cara que nunca havia beijado na boca e a culpa era toda dele. A garota que ele era ‘apaixonado’ era linda, inteligente, educada. Não merecia um castigo desses. Chato, feio, gordo e com um ego maior que ele. Enfim, talvez se ele tivesse escrito por ele, pra se expressar mesmo, se aliviar da merda que é se apaixonar sozinho, mostraria sinceridade à ela e conseguiria algo. As pessoas também têm direito de gostarem de quem lhe agrada mais, não é porque você a ama, que ela tem que te amar. A vida é uma merda, se acostume jovem.
     Senti falta de escrever, precisava disso. Desculpe se pareceu drama, mas é um saco ouvir gente te julgando, gente achando que você só escreve por uma pessoa, ou que sente mesmo tudo que escreve. As vezes eu só vejo uma situação, as vezes me inspiro em uma música. As vezes escrevo sobre o que quero viver como se eu estivesse mesmo vivendo. As vezes pode ter mil linhas e nenhum significado. Quem me dera ser tão apaixonado. Não consigo isso há 10 anos ;) Vivo em um longo amor. Disse que a minha amiga que voltei com o blog. 'Você é um viadinho' ela está feliz por mim, pessoas que realmente se importam com você, falam pela alma, olhar, coração ou algo assim, mas nunca da boca pra fora.

terça-feira, 16 de julho de 2013

sólido



Não queria arriscar, saber, buscar
Mas parece que entender faz qualquer um lutar.
Só pra ver o sol ou um pouco mais.
Quem sabe algum canto ou recanto de paz.
Se tiver que repousar, abro meu peito,
Que seja seu leito, seu novo lar.
E quando você disser, quiser me tirar daqui
Me faça sorrir, me faça levar.
Tente insistir, pois cansei de tentar..
A cura da solidão. A cura pro não.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nas músicas do Arctic Monkeys



                Eu já a conhecia, eu tinha certeza. Mas era a primeira vez que eu a via. Ela não me era estranha. Quando cheguei mais perto dela, eu sabia que a tinha visto em músicas. Ela não usava maquiagem, mas isso não a deixava inferior a nenhuma mulher super produzida que estavam naquelas lojas. Com certeza ela é uma daquelas que destroem tudo falsamente construído, como friezas e um mau humor alimentado toda manhã. Depois que a vi, comecei a imaginar minhas manhãs acordando ao lado de seu rosto e das suas sardas, bem colocadas e desenhadas em suas bochechas grandes. Com ela ali, meu corpo e minha mente falavam o mesmo idioma. Não iria chorar se ela fosse embora, não preciso disso agora, mas ela me fazia bem demais pra deixar por ai. Ela não tinha orelhas furadas, mas elas me chamavam a atenção, precisava sussurrar algo, convencê-la a voltar no outro dia ou atender a minha ligação. Ela usava shorts e uma blusa preta com as mangas compridas e alguns rasgos coreografados nas mangas, meias pretas e um par de tênis vermelho, pequenos como o mundo deveria ser. Assim o tempo não seria desperdiçado, pessoas ruins existiriam em número menor e daríamos valor a quem realmente importa. Eu já a conhecia, com certeza algumas letras do Arctic Monkeys foram escritas pra ela. Em Evil Twin, Suck it and See, R U mine, You and I, Do I Wanna Know… é ela. É sobre ela. È sobre como ela reage, é como os olhos dela acompanham enquanto a outra pessoa fala, é por ela se importar. Mesmo.  Com você e com o que ela acredita ser certo. Ela é uma boa noite de sonho. Ela é a melhor canção do disco. Vocês deveriam vê-la sorrindo.