segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

o tempo que não podemos esperar.

Nessa história sem culpado
a solidão escolheu o lado
de quem não soube enfrentar
a consequência  de esperar o acaso.
mas se for o caso pode voltar
eu já não sei mais, caminhar só.
Não carregue minha tristeza
e eu recarrego minha destreza
pra saber o que falar
Na hora que você se render
eu puder te roubar
dos braços de um qualquer
que só serviu pra ensinar.
que a vida no fundo é
o tempo que não podemos esperar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Suma

                A calma de sua displicência tira de mim toda serenidade, você consegue carregar uma mentira nos olhos e descarregar com a boca uma verdade que você impõe como se eu não tivesse escolha, opções, caminhos. Você e sua verdade absoluta. Você desperta o pior de mim,

Sou seu refém, mas em suas palavras eu tomo o papel de culpado, como se suas loucuras, seu alto descaso e total desapego fosse culpa minha e dos meus antigos erros. Você diz que já não se lembrar das coisas ruins e hoje só não está preparada para viver algo tão intenso. Me desculpe, mas não aceito essas condições, não existe essa conversa de que teremos que aprender distantes e um dia nos encontrarmos. Você consegue ler e ver o quanto isso é covarde? e de duas formas... A primeira covardia é você fugindo de algo que poderia ser verdadeiro e quem sabe eterno, para aprender e errar com outras pessoa. Me desculpe, mas eu não quero o obvio, não quero a certeza, isso retira do amor todo seu charme. O que você espera? Um cara que aceite todas as condições? que não bata de frente? Amor são dois lados em prol de algo único e não alguém no comando de outro alguém. A segunda covardia é me deixar aqui. Nesse mundo que você criou, preso nessa eterna pergunta “será que um dia ficaremos juntos?”, isso me deixa tão fraco a ponto de não saber reagir. Culpado por agir como consequência de tudo que passei. Vejo você em outros braços, reparo sua ausência e critico o seu silêncio, porque se eu não procurar, você também não quer saber.  E quando você aparece, senta do meu lado, sabe exatamente o que dizer, me faz esquecer que há outro no lugar que eu quero estar, me leva aos tempos antigos, me torna um menino bobo que já não pensa em festas e boemia, que trocaria toda a badalação por um sossego à dois. E com você volta os sonhos e da sua boca as promessas se misturam com as verdades impostas e em questão de segundos eu já não encontro mais os meus pés no chão. Quando recolhe a certeza de minha dependência, me abandona no mundo inventado e caminha no que você planejou ser o melhor. Insiste em dizer que sua liberdade não pertence a ninguém, por favor me deixe ser livre também, não me alimente com esperanças e promessas e muito menos com noites escondidas. Suma. Vá viver os erros e aprender com os outros como você acha ser a solução. Só me tire daqui. Deixa-me caminhar livre. Pode continuar jogando seu jogo, depois de tanto tempo, já não quero participar.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Elo

Tanto dizer, tantas palavras tortas
Chaves feitas para abrir algumas portas
Mas nem todas as trancas são fáceis de serem abertas
Alguns corações só destrancam com as palavras certas

E onde encontrar essas palavras?
Se o medo da verdade me cala
Conseguir respirar onde não dou pé
Porque para achar meu caminho dependo da fé

Mergulho fundo num abismo onde muito se fala
E ainda mais se cala
Vale pesar o que sai e o que fica
Em meio a atitudes pobres dos que dizem ter a alma rica

E o que me salvou
Pode me destruir
Se foi um pouco que sobrou
Que seja forte para fazer ir
Além de onde pensava ser capaz

Se for o bastante para me fazer ir
Que seja ainda mais para nos fazer voltar
Nem todo bobo quer sorrir a qualquer custo

O mal do valente é não acreditar no susto

domingo, 11 de janeiro de 2015

Um pouco mais de sorte

Proteja me do que eu quero
Me torne mais forte
Pras coisas que eu espero
Ter um pouco mais sorte
Amanhã quando o sol vier
Ver as coisas de um lado melhor
É o que eu tento se der
Vou dar passos mais largos para alcançar
O céu é o limite,
mas só para quem desistiu de sonhar.

As palavras ditas, em uma noite qualquer
Amanhecem feridas, mas se coloque de pé.
Deixe se arrepender quem escolheu a dor
Como forma de viver e seja como for

Proteja me do que eu quero
Me torne mais forte
Pras coisas que eu espero
Ter um pouco mais sorte
Para quando o sol chegar

Eu ter forças para enfrentar

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Atraso

                No barulho das ruas, nossa solidão nos cala. Caminhamos sem responder sorrisos, vagando no tempo atrasado, se fechando de toda possível experiência. Só para não arriscar ser feliz com um novo alguém. Como se tivéssemos escolha. Em um momento com sua banda preferida gritando nos fones, ela entra com a camisa da mesma banda , faltando uma estação para sua descida. Agora o tempo vaga na pressa, aliado com a sua vontade de se perder novamente, ela bate os pés como se escutasse a mesma música que você. O cabelo sem cor, os tênis vermelhos, o vestido estampado. Onde estava a solidão com quem se caminhava? Agora falta pouco, ele pensa que pode nunca mais vê-la, ou talvez ele se atrase mais uma vez amanhã só para encontra-la de novo. A porta se abre, a música para, eles se olham, e das duas partes nenhum sorriso respondido. A música recomeça, a pressa dos outros ditam o ritmo dos passos e sem olhar para trás eles se perguntam “será que ele olhou?”. Na rua tropeços e o sol nos olhos e quando se percebe já está no outro lado da rua . Quando se acha alguém, é como caminhar distraído e sem perceber você desviou dos tropeços, ignorou o sol na cara, a pressa alheia e chegou do outro lado, alcançou o que nunca morreu. Não se percebe e já está do outro lado, não se percebe e seu coração já não é só seu. Mas na razão se para, se olha, se evita, o medo de arriscar, não nos cega. Ele se desculpa pela meia hora de atraso, senta no computador, escuta a mesma música e o dia acaba. O travesseiro demora a esquentar, acompanha o ritmo do pensamento, por fim os olhos se fecham. O despertador toca. Ele finge não escutar durante meia hora.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Para me perder

Minha paixão por você grita na madrugada
Quando a cidade se cala.
E recomeça o brilhar desfocado
Como as luzes longe do outro lado.
Da rua veio meu pranto
que passeou silencioso.
E quando você ressurge, um espanto
E a dor mostra seu lado gostoso.
Eu queria que você entendesse
Que você deveria ficar
E se a gente se perdesse
Não haveria ninguém pra nos achar.