2. Carta para Ana
Há três dias venho tentando escrever essa carta para
você, mas toda vez me perdia em meus pensamentos, não tive coragem para te
enviar. Amassei algumas dúzias de papel. Larguei diversas vezes a mesma caneta
e saia de casa para o mesmo bar. Vivo como a história do Pierrot. Me afogo aos
poucos. Às vezes em doses, às vezes em goles. A sua lembrança virou um fantasma
para mim. Aparece a noite, quando volto de uma noite de bebidas, ou cansado
depois de um dia de trabalho. Aquele sorriso que abrigava toda minha dor, tinha
partido. Com o tempo eu criei um novo costume. Chego em casa, abro uma garrafa
do seu vinho preferido, termino a garrafa, escrevo dois ou três poemas e
desmaio por onde estou. Em alguns dias escrevo quatro poemas e em outros não
consigo escrever nenhum. Na mesma proporção de dias que acordo no banheiro e
outras vezes no quarto. Ando me humilhando. No dia seguinte, me acostumo com a
ressaca recolho meus poemas e a garrafa vazia. Como qualquer coisa na padaria
da frente e vou para a praia. Nossa praia. E lá estão as mesmas pessoas, mesmas
ondas e rituais. Me sento próximo ao mar, o suficiente para a água alcançar os
meus pés. Coloco os poemas na garrafa e lanço ao mar. Não, eu não acho que você vá
receber as garrafas e os poemas, mas preciso me livrar deles, e lá é aonde
posso fechar os olhos e sentir seus abraços, seu perfume. Maldito seja o amor e
toda beleza que nele há. Maldito seja o tempo que não podemos enganar. Maldita
seja a vida que não podemos desenhar. Tem dias que peço aos céus para esquecê-la,
nos outros peço perdão por não saber o que digo. Ainda escuto nossas músicas,
construo sonhos e olho o céu com a mesma inspiração que você me causa. É você
me faz falta. Passo na mesma rodoviária. Dia sim, dia não. Espero por um tempo,
para ver se você aparece. Fé no amor. Quando chegar peço que não me complete e
não combine comigo. Continue me transbordando. Eternizando nossos sorrisos e
materializando nossos sonhos. Acho que é isso... Com o amor de sempre.
Thomas
Thomas
acabou de escrever a carta e na mesa havia um selo e uma garrafa cheia. Ele tinha
sede, mas seu coração também.
*
por hoje é isso, até mais. ou sim ou não.
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lindo
ResponderExcluirVocê sabe. Lindo! <3
ResponderExcluirMuito bom !
ResponderExcluirPerfeito, acho que foi pra mim. rsrs
ResponderExcluirlindo demais *_*
ResponderExcluirMuito bom, mesmo!
ResponderExcluirnão queria comentar nada, só curtir. mas como não existe esse botão aqui...
ResponderExcluir(y)
.curty
Tava ansiosa pela continuação dessa história.
ResponderExcluirsempre criativo.. muito bom!
ResponderExcluirPorra mlk fazendo seu irmão chorar. Quero fazer esse ai no corujão
ResponderExcluirsempre tenho muito amor e orgulho.
Por favor, continue. Me identifiquei demais com essa parte da história. Gostei demais da parte 1 e 3 e queria saber se ainda há continuações..
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