segunda-feira, 30 de setembro de 2013

dança

um boa noite, uma boa dança
e nossos corpos em um só.
alguns passos desengonçados
e sorrisos entrelaçados
como se ainda pudéssemos
ser felizes no mesmo ritmo.
mas é só uma boa noite
e mais uma última dança.
éramos bons juntos,
pisávamos coreograficamente nos pés,
bambeávamos um tom diferente.
a nossa melodia pós dança,
e de nós, só sabe a gente.
segredos que no fim me cansa.
Só eu sei, só eu ouvi.
Mas tudo termina na próxima ressaca.
e no fim 'eu te amos' e 'danças'
foram mentiras coreografadas

sábado, 28 de setembro de 2013

fingindo ser o melhor



Omitir, deixar levar no vento que bate.
Vou tingir e rir, outra cor no mar,
Só pra me perder, só pra não achar
A hora certa de voltar.
E as constelações eu vou nomear,
Como eu quiser como for rolar.
E fazer com que o céu, azul escuro,
Fique por lá. Só mais um pouquinho,
Só pra acabar.
E veja o tom de laranja tentando aparecer,
Será que a gente arranja uma forma de desaparecer.
E recriar um novo eixo por ai.
Um mar, um céu ou uma forma de existir.
Sem obrigações ou dores no calcanhar.
Clichê do ponto fraco, corrida sem um fim.
Eu vou vivendo só das noites,
Fingindo que é o melhor pra mim.

domingo, 22 de setembro de 2013

Meus mil perdões



Me perdoe pelo ódio no passado
e me perdoe por ainda te amar.
Me perdoe por ainda pensar em nós
Como algo que pode acontecer a qualquer momento.
Me perdoe por desejar seu bem
Na mesma intensidade de desejar seu mal.
Me perdoe por viver cada dia um pouco menos
Só pra achar uma formas de esquecer de tudo.
Me perdoe se o céu ainda não te deu
Todas as estrelas que você merece ter.
Me perdoe por escrever demais,
Me perdoe por errar demais.
Me perdoe por te querer agora
Mesmo sabendo que ainda não é hora.
Me perdoe por ter medo dessa hora nunca chegar
Me perdoe por seus erros e por te perdoar.
Me perdoe por minha confortável dor,
Me perdoe por mais um texto sobre amor.

domingo, 15 de setembro de 2013

deixar você morrer,



Eu tenho que deixar você morrer,
esquecer de você nas tardes solitárias de domingo.
Não pensar que é você no telefone
Não te esperar bater à porta e entrar pela sala,
Voltar a minha vida e dominar meus instintos.
Eu tenho que deixar você morrer,
E não imaginar que você ainda pensa
Em nossos antigos dias,
Em nossas conversas no pé da cama.
Eu tenho que deixar você morrer
E não esquecer que você já me esqueceu.

domingo, 8 de setembro de 2013

Ushuaia



Eu estava tão perto da sua mão,
Mas agora já não tenho o controle.
Minhas pernas entre suas pernas,
Agora são meus passos sem destinos.
O que faltou naquele momento inerte?
Nada bom demais fica só em sonhos.
Talvez a vida esteja acontecendo
agora que lamento o tempo passado.
Tínhamos uma trilha para o fim do mundo,
Talvez estivesse frio demais ou cedo demais.
Mas você me mostrou que os fins
não fazem partes dos planos.
Muito menos o futuro, no fim das contas
Planos são incentivos para que não morra
Aos poucos algo dentro dos nossos peitos
Que não nos deixam dormir.
Seja a ansiedade, seja a vontade de amar.
ainda vou ao fim do mundo.