segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ao som do cais

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  Era um segunda feira não muito fria, Adam acorda mais uma vez sentindo nada, nenhum sorriso no canto da boca, nenhuma marca de lágrima, estava vazio cultivando cada vez mais, depois de sofrer com o primeiro amor, depois de se ver só quando precisava dos amigos ou de familiares, talvez ele estivesse exagerando quanto a sua solidão, mas se sentia perdido de fato, não sabia o que fazer toda vez que acordava depois de mais uma noite sem sonhar.
    Ele se levantou olhou para seu mural onde ele pendurava fotos, imagens ou desenhos que significava alguma coisa para ele ou simplesmente algo que ele gostaria de ter ou sonhar, precisando de mais uma imagem ele ligou o computador e pesquisou revirando na memória algo com que gostaria de sonhar, enfim ele achou a imagem de um farol no topo de um penhasco com o mar batendo forte sobre as rochas e um navio a deriva bem perto do horizonte, aquilo provavelmente resumia o estado do seu interior. Ligou o rádio com uma playlist bem alta de Rock Inglês saiu do seu quarto e abafados pelos riffs de guitarra os gritos da mãe do Adam mandando abaixar a música, ele ignorava. Ele fez o seu café da manhã as quatro horas da tarde bebeu uma enorme xicara e saiu de casa com o fone de ouvido, percebeu os vizinhos nas janelas e alguns nos seus jardins olhando em sua direção viu que sua mãe estava gritando da porta de casa mandando-o voltar, ele sorriu e sem tirar as mãos dos bolsos disse: eu te amo mãe, ela não entendeu nada e ficou em silêncio por dois segundos, ele voltou a sorrir e continuou a caminhar dessa vez sem interrupções para declarações. Olhou para o céu que estava nublado, andou uma distância segura de casa e acendeu o seu cigarro, vicio adquirido como uma forma de se castigar a si próprio. Ele andou por três quilometros sem pensar no destino, estava usando sua camisa velha de uma banda pequena com um casaco preto meio surrado com o tempo, uma bermuda cargo preta que ia além do joelho e seu tênis vans antigo,  seu jeito de se vestir era algo que tinha orgulho e que o vazia bem.
    Caminhou até chegar ao cais, uma distância de sete quilometros e seis cigarros, e sentou para ouvir música e olhar o mar, era algo que podia fazer por horas, então resolveu ligar para alguém e chamar para fazer compania, chamou seu amigo mais antigo, Natan. Ele não recusou o convite, mas demorou a chegar, talvez estivesse passeando com um dos seus quatro cachorros ou tomando algum remédio anti-alérgico a qualquer coisa ou a tudo, com a demora Adam resolveu ligar de novo, Natan não atendeu mas enviou uma mensagem dizendo que estava chegando, assim que desligou o telefone, um homem se aproximou do Adam e após sentar ao lado do Adam perguntou:
--Porque você faz isso?  Adam sem saber do que se tratava e estranhando o inesperado companheiro, perguntou: --Isso o que? Com uma cara de desprezo e com os olhos analisando o sujeito.
O homem olhou para os dois lados rindo e disse: fumar, isso te mata aos poucos.
Adam com toda indiferença respondeu: --Não tenho ligado para a morte e talvez eu queira me maltratar um pouco.
    O Homem sacando uma arma interrompeu o Adam: -- Não é algo que me convence, então depois de pegar seu celular e seu dinheiro posso te matar? Abriu um sorriso com certo nervosismo.
    Adam mordeu o maxilar  não respondeu e continuou a ouvir a música.
    -- Você está ficando maluco? Não me ignore. Disse o assaltante antes de dá um tapa na cabeça do Adam.
    Adam já tinha sofrido outros assaltos e já estava cansado dessa situação.
    -- Só está última música. Disse Adam sem tirar os olhos do Mar e depois de estalar o pescoço.
    O bandido se levanta e põe a arma na cabeça do Adam removendo a trava de segurança fazendo o tradicional barulho antes da morte, foi quando o Natan chegou e vendo o amigo naquela situação se desesperou e gritou: -não!. Com o grito extremamanete alto, o bandido se assustou e deixou a arma cair no colo do Adam, foi exatamente quando a música acabou e após o grito do Natan somente o barulho do mara podia ser ouvido. Adam pegou a arma riu e apontou para o bandido.
    -- Porque você faz isso? Perguntou Adam ao bandido, de pé com o cigarro em um canto da boca e com um sorriso no outro canto da boca.
    --Isso o que? Perguntou o bandido que começava a suar frio e olhar para a arma com o medo estampado em seu rosto.
    -- Assaltar, matar e etc. Perguntou Adam sem tirar o sorriso sarcástico do rosto.
    -- Preciso me sustentar e essa foi a última saída. Nesse momento as pernas do bandido tremia.
    Adam sorriu e disse: -- não é algo que me convence. E disparou duas vezes na cabeça do bandido, ainda sorrindo.

3 comentários:

  1. Interessante e meio obscuro... Gostei.

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  2. Interessante e meio Dan Brown... Otimo

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  3. Interessante, só pra ficar igual aos de cima.
    Podia ter feito o cara sofrer um pouco. um tiro no pé,outro no joelho, na mão.E por último um na cabeça, mas deixa pra próxima.

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