domingo, 15 de julho de 2012

Muito pouco pro nada


O desejo de tê-la dominava meus sonhos,
o medo de perde-la construía meus planos.
e de baixo de qualquer detalhe, eu desejava a sua imagem
tanto que passei a ver o rosto dela por toda cidade.
desde o primeiro sorriso, até a lágrima que nunca vi.
eu a tinha como meta. ao mesmo tempo que tentava fugir
de qualquer sentimento que lembrasse o amor,
qualquer sentimento que fingisse ser uma cura e terminasse na dor.
enterrava a minha saúde em vazias companhias
procurando algo que pudesse feri-la.
talvez ela seja forte demais. ou, o mais possível, eu não seja capaz
de transformar o mundo dela, e quebrar com todo gelo.
parecia uma boa ideia, mas nem sempre se é bom o suficiente.
não estou satisfeito. maldito capricho do egoísmo.
queria um pouco mais dela em meus braços.
algo rabiscado em uma tatuagem amadora.
uma paz, um repouso dos pés descalços
em uma nuvem pra dois, quente e acolhedora.
queria me acostumar com sua partida,
para não ficar tão mal, quando só.
imagino uma triste despedida.
queria só dizer o que sinto,
mas qualquer palavra de amor que queira escutar,
pra ti, não deveria sair da minha boca.
eu sei, o coração é uma merda.
e no fim todo sentimentalismo não adianta de nada.

2 comentários:

  1. 'tentava fugir de qualquer sentimento que lembrasse o amor,qualquer sentimento que fingisse ser uma cura e terminasse na dor.' me descreve no momento. muito bom texto!

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