terça-feira, 2 de julho de 2013

Nas músicas do Arctic Monkeys



                Eu já a conhecia, eu tinha certeza. Mas era a primeira vez que eu a via. Ela não me era estranha. Quando cheguei mais perto dela, eu sabia que a tinha visto em músicas. Ela não usava maquiagem, mas isso não a deixava inferior a nenhuma mulher super produzida que estavam naquelas lojas. Com certeza ela é uma daquelas que destroem tudo falsamente construído, como friezas e um mau humor alimentado toda manhã. Depois que a vi, comecei a imaginar minhas manhãs acordando ao lado de seu rosto e das suas sardas, bem colocadas e desenhadas em suas bochechas grandes. Com ela ali, meu corpo e minha mente falavam o mesmo idioma. Não iria chorar se ela fosse embora, não preciso disso agora, mas ela me fazia bem demais pra deixar por ai. Ela não tinha orelhas furadas, mas elas me chamavam a atenção, precisava sussurrar algo, convencê-la a voltar no outro dia ou atender a minha ligação. Ela usava shorts e uma blusa preta com as mangas compridas e alguns rasgos coreografados nas mangas, meias pretas e um par de tênis vermelho, pequenos como o mundo deveria ser. Assim o tempo não seria desperdiçado, pessoas ruins existiriam em número menor e daríamos valor a quem realmente importa. Eu já a conhecia, com certeza algumas letras do Arctic Monkeys foram escritas pra ela. Em Evil Twin, Suck it and See, R U mine, You and I, Do I Wanna Know… é ela. É sobre ela. È sobre como ela reage, é como os olhos dela acompanham enquanto a outra pessoa fala, é por ela se importar. Mesmo.  Com você e com o que ela acredita ser certo. Ela é uma boa noite de sonho. Ela é a melhor canção do disco. Vocês deveriam vê-la sorrindo.

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