domingo, 7 de agosto de 2011

O Post sobre Velhos, Senhor Mal Humor e Pessoas

Hey você... Alguém me explica essa falta de compaixão com os velhos que vivem na sociedade de hoje em dia? Eu estava sentado no ônibus, para variar, e ouvi dois marmanjos conversando sobre o banco amarelo destinados aos idosos, gestantes e deficientes. Eles falavam assim: ”eu não levanto para velho sentar, eu paguei é um direito que eu tenho”. Cala boca filho! As pessoas esquecem que também ficarão velhos? Pensei nisso e um deles parecendo ler meus pensamentos comentou: “tenho certeza que ninguém vai levantar quando eu for velho” é o cúmulo da hipocrisia e do pensamento medíocre habitando em um corpo que deveria estar em baixo de sete palmos de terra. Se os bancos preferênciais estão ocupados e eu vejo um idoso por exemplo eu me levanto é o mínimo que eu posso fazer, já que está difícil para o governo a auxilia-los na saúde pública, aposentadoria e pensões, eles merecem sentar em um lugar ônibus e não ficar sujeito a enfrentar um engarrafamento de horas em pé. Eu aguento sou novo, nem tão saudável, mas vou durar um pouco  mais que ele. Nas barcas é a mesma coisa, só que além de ocuparem o local destinado aos necessitados, eles empurram os velhos enquanto caminham até a barca. Para quem nunca andou de barcas (Rio/Niterói) vou resumir: um bando de gente apressada, estressada com o trabalho ou faculdade que estão dispostas a tudo para conseguir um local e dormir na viagem que dura em média doze minutos. Uma vez vi a mulher tirar a capa que indicava que o local era para os necessitados, quase gritei “Gorda todo mundo viu o que você fez.” Mas eu fiquei em pé perto dela e quando ela estava saindo chutei o calcanhar dela, não caiu, mas me senti satisfeito.
Consegui um emprego novo. Gritos, palmas e comemorações. Depois da aprovação do todo poderoso “Senhor 2x Mal Humor” ele me passou todo o procedimento que eu deveria realizar: primeiro passo ir ao banco e abrir uma conta. “-Você conhece bem o centro do Rio né?!” “-Claro senhor, então vai no banco e depois vá na rua; pessoa famosa que lançou tantos livros” “- A sim, pode deixar” Eu não fazia ideia aonde era o segundo endereço, mas não mostraria toda a minha ignorância com endereços para o mal humor encarnado em uma forma humana. Fui ao banco no endereço que ele havia me passado enfrentei uma fila de quinze minutos, quando chegou a minha vez a mulher disse que eu deveria agendar para abrir a minha conta. Não tinha o que fazer, agendei e voltei para o local da maldade. 33º Andar. Pensei: “não posso deixa-lo raiva, porque não vou aprender a voar em pouco tempo de queda livre.” Quando cheguei e expliquei a situação ele pegou o telefone ligou para a agência e disse: “Assim não dá Sônia” acendeu um cigarro, pegou o papel que comprovava o agendamento da abertura da conta, “já te ligo Sônia.”  “Você foi na agência errada!” Confesso que não passava nem pensamento caro leitor. Ligou para a Sônia que devia estar se escondendo em baixo de um mesa. “Ele foi na agência errada Sônia...Ok, ele já está indo... Meu filho é o número 142 acerte dessa vez.” Uma agência ficava a 25 metros da outra. Cheguei na agência certa a Sônia já havia encaminhado tudo, ela estava suando em um dia de frio. Coitada.  O pior foi achar o endereço que eu pegaria o contrato, caminhei por trinta minutos para achar a rua que o dono de banca de jornal me indicou como referência. Era o seguinte: quando terminasse a rua haveria uma praça e ai sim chegaria na rua que eu pegaria o contrato. Aproximadamente 5 km filho. Depois de duas horas nessa brincadeira, fui para casa. Fui dormir 18h00. Exausto. Morrendo. Estou virando adulto e isso me dá medo também.
O complicado de conviver em sociedade é a natureza que o homem absorveu. Parece natural a falsidade, parece natural ser medíocre, parece natural passar por cima das pessoas, parece natural desistir dos sonhos antes mesmo de tentar. O pior de tudo é que cada pessoa tem uma ligação com uma outra pessoa e a cada desistência forma uma reação em cadeia levando diversas pessoas ao desanimo e mútuas desistências. Trágico, mas inevitável. Eu venho lutando contra isso, tento não ligar, não me abalar, mas é difícil demais. Querendo ou não você sempre vai depender das pessoas, por mais idiotas que elas sejam. Você vai precisar do motorista de ônibus que não para o ônibus para as pessoas que não pagam, do trocador que sempre fica te devendo 5 centavos, do chefão que sempre te trata mal sem nenhum motivo convincente, dos subordinados medrosos, dos amigos que te abandonam e por fim de você mesmo que nao se move para nada, mas adora julgar e acaba vendo tudo na mesma... pelo simples fato que o comodismo, obviamente, é cômodo demais. Vai ficar fácil no futuro, depois que não significar o que antes era tão importante. Porém cicatrizes podem significar vitórias ou derrotas, não importa como você contará a história e sim o que significa para você. Por hoje é isso.

Até mais, ou não.

2 comentários:

  1. Gostei muito desse post. E pra mim que to começando a trabalhar agora, eu me identifiquei... A gente passa por cada frio na barriga. Porque na real nós não queremos apenas provar que somos "eficientes" pro chefe, nós queremos isso mas também queremos provar a nós mesmos. E não tem coisa pior do que auto-reprovação.

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  2. ..Bem-vindo ao mundo dos adultos..!!..rs..e parabéns pela oportunidade de trabalho!!..

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